Relações inter-pessoais

Relações inter-pessoais

Novo Acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico está em vigor. No entanto, ainda tenho algumas dificuldades em cumprir todos os preceitos. A partir de 17 de Abril, vou tentar escrever de forma adequada às novas regras. Vou tentar!!

domingo, 27 de março de 2011

Relações inter-pessoais – perspectivas de investigação

No campo da investigação das relações inter-pessoais surgiram, duas perspectivas diferentes: a perspectiva linear e a perspectiva sistémica.
A perspectiva linear procura explicar os comportamentos numa relação causa-efeito, em que há contiguidade da acção com acontecimentos antecedentes e consequentes. Considera-se que a maneira de agir é afectada por variáveis do ambiente físico, social ou cultural – Factores Exógenos – e por variáveis intra-individuais (crenças, percepções, sentimentos,…) – Factores  Endógenos. Dentro desta perspectiva, Ellis desenvolveu a Terapia Racional Emotiva que evoluiu para a Terapia Racional Emotivo-Comportamental ao incluir os factores ambientais. Nesta perspectiva, há uma visão compartimentada e estão presentes os conceitos newtonianos de regularidade, uniformidade, previsibilidade e controlo. Nesta  óptica, seriam descobertas leis gerais de funcionamento (à semelhança do que aconteceu na mecânica) através do estudo das realidades objectivas. Estas leis conformar-se-iam em enunciados de regularidade e uniformidade que permitiriam fazer previsões mecânicas e probabilísticas sobre o comportamento dos organismos. Para alcançar essas leis, nesta perspectiva, quanto mais aprofundado o conhecimento das partes, maior seria o conhecimento sobre o todo. Assistiu-se, assim, a uma compartimentação de algumas disciplinas e surgiram sub-especializações: etologia, psico-biologia, sócio-biologia,…, isolando-se, os investigadores. Estas novas áreas trouxeram informações relevantes, mas não resolveram os problemas actuais, pelo que emergiram novas perspectivas, entre as quais se destaca a perspectiva sistémica. Nesta abordagem, tenta-se compreender a influência recíproca das partes do sistema e dessas com o seu entorno. O sistema é visto como “uma combinação ordenada de partes que interagem para produzir um resultado” (Del Prette, & Del Prette, 2007, p. 25). Reconhece-se que cada sub-sistema possui uma relativa autonomia, mas que faz, ao mesmo tempo, parte de sistemas mais amplos. Esta perspectiva, apesar da visão holística, não elimina a decomposição dos sistemas em sub-sistemas. A explicação sistémica procura para além das causas imediatas dos factores intra-individuais e das variáveis do entorno.  “Os sistemas humanos são determinados pela forma como seus componentes se relacionam entre si e isto lhe confere a estrutura” (Del Prette, & Del Prette, 2007, p. 28). Por outro lado, a realidade pode ser percepcionada de formas diferentes, em momentos diferentes ou por indivíduos diferentes. Denota-se, desta forma, que apesar da objectividade da situação, a percepção da mesma é sempre subjectiva.

Del Prette, A & Del Prette, Z. (2007). Psicologia das Relações Interpessoais (6.ª ed.). Petrópolis: Editora Vozes, pp. 212-221.

Relações inter-pessoais - interdependência, aceitação e solidariedade

De acordo com Del Prette, & Del Prette, (2007, p. 217), “as relações saudáveis entre pessoas e grupos sociais envolvem três elementos fundamentais: interdependência, aceitação e solidariedade”. A interdependência é um conceito social associado ao instinto gregário e à desejabilidade social (idem) e é vista como condição natural para a vida social. A interdependência é intrínseca às relações sociais, uma vez que cada pessoa estabelece «uma rede de conexões» em «dependência recíproca» com outras pessoas.
“A aceitação se traduz pela firme disposição de reconhecer o outro como ele é, respeitando as diferenças percebidas (…)”(Del Prette, & Del Prette, 2007, p. 219). Estes autores destacam que a “aceitação predispõe para olhar e ouvir” (idem), realçando a importância da reciprocidade da aceitação nas relações humanas, defendem, também, que cada indivíduo deve “praticar a sua cultura e ter os seus valores, divulgando-os e defendendo-os” (ibidem).
Del Pettre e Del Petrre (2007) encaram a solidariedade como “uma disposição permanente para a ajuda” (p. 220). A solidariedade relaciona-se, assim, com a disponibilidade para ajudar os outros, beneficiando o próprio com essa situação. Estes autores consideram a solidariedade decorrente da interdependência e da aceitação.
Del Prette, A & Del Prette, Z. (2007). Psicologia das Relações Interpessoais (6.ª ed.). Petrópolis: Editora Vozes, pp. 212-221.

Relações inter-pessoais

“Grande parte da nossa vida ocorre nas inter-relações com outros indivíduos” (Del Prette, & Del Prette, 2007, p. 212). De facto, o homem é um ser social e, segundo Costa e Matos (2007), na acção social existe um processo de relações, identidades, padrões culturais,…  As relações com os outros indivíduos estão, assim, presentes no dia-a-dia do ser  humanos e o bem-estar dos indivíduos passa, em grande parte, pela qualidade dessas relações. Estas relações ocorrem nas diversas actividades humanas e nos mais variados contextos: na família, no trabalho e na actividade social, em geral. A ausência de relações satisfatórias pode originar problemas complexos como por exemplo problemas psiquiátricos.
Actualmente, alguns autores, entre os quais se destaca Daniel Goleman, consideram a inteligência emocional e a inteligência social como factores decisivos nas inter-relações. Neste contexto, a capacidade de comunicação, o controlo emocional, a capacidade de trabalhar em equipa,… são muito valorizados.
“Filogeneticamente, as competências mais primitivas seriam as reacções de ataque (agressão, comportamento anti-social, ansiedade) e de defesa (fuga, isolamento, apatia)” (Del Prette, & Del Prette, 2007, p. 215). A partir destas competências primitivas o ser humano evoluiu para relações cada vez com maior grau de complexidade. Inicialmente, relacionou-se com o outro para a procriação, seguindo-se o cuidar dos filhos e só mais tarde se começaram a desenvolver situações de cooperação em torno de objectivos comuns.
Para Trower (1995), citado por Del Prette, & Del Prette (2007, p. 216), o indivíduo cria uma auto-imagem e é capaz de perceber o outro como fonte de satisfação ou de ameaça. Segundo este autor, a auto-apresentação pode variar segundo as situações e realça também a importância da flexibilidade do indivíduo para a qualidade das relações.
Ao nível do tratamento de disfunções relacionais surgiram dois modelos de intervenção: Treinamento Assertivo (TA), com origem nos Estados Unidos da América, e o Treinamento de Habilidades Sociais (THS), com origem na Inglaterra. O THS apresenta uma perspectiva mais abrangente. Estes dois modelos, inicialmente, usados numa vertente terapêutica para tratar distúrbios como a timidez, a fobia social, ou a depressão, despertaram para tentativas de teorização. Surgiram, recentemente, duas teorias de investigação científica: Teoria das Inteligências Múltiplas, desenvolvida, por H. Gardner  e a Teoria da Inteligência Emocional preconizada por D. Goleman. A primeira relaciona-se teoricamente com a THS, principalmente no que se refere às inteligências inter e intra-pessoal. A segunda relaciona sentimento e emoção com cognição e comportamento.
Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta, pp.43-72.
Del Prette, A & Del Prette, Z. (2007). Psicologia das Relações Interpessoais (6.ª ed.). Petrópolis: Editora Vozes, pp. 212-221.

sábado, 12 de março de 2011

Portfólio vs dossier

Ana Veiga Simão (2005) alerta para o risco de banalização da palavra portfólio. O portfólio distingue-se de um dossier, embora tenha alguns elementos comuns. Segundo Simão, nos dossiers (pastas) os alunos organizam apenas o material distribuído e anexam relatórios de trabalho, ao passo que no portfólio se valorizam todas as etapas, mesmo inacabadas, os processos de busca, as impressões, as opiniões e os sentimentos despertados pelos diversos assuntos.
Também Silvério (2006) adverte que o portfolio pode ser descrito como uma pasta que contém trabalhos ou evidências significativas do trabalho do aluno, não sendo, contudo, um dossier onde este vai arquivando documentos. Este autor destaca que é na organização, nos objectivos e nos fins que residem as principais diferenças entre um simples dossier e um portfólio.
Segundo Sá-Chaves (2000), as principais diferenças residem no carácter formativo dos portefólios que permitem a verificação da complexidade do processo de aprendizagem do aluno de forma contextualizada; no enfoque no processo que é contínuo e permite a verificação das flutuações no desenvolvimento do aluno e na lógica reflexiva por permitir a partilha de momentos importantes na construção do saber pelo aluno (causas, consequências, significados, reflexões sobre si próprio).

O que é um portfólio?

O portfólio insere-se numa perspectiva construtivista em que o aluno detém um papel decisivo na sua aprendizagem. As tarefas adquirem significado para os aprendentes e motivam-no na sua reflexão e avaliação. A aprendizagem constitui um processo dinâmico e aberto que decorre, segundo Ana Veiga Simão (2005), em três fases: fase prévia, controlo volitivo (durante o esforço aprendizagem) e auto-reflexão.
Rovira (2000) concebe o  portfólio como um produto acabado, como uma recompilação planeada das realizações do estudante.
Paulson, Paulson e Meyer (1991) consideram que o portefólio é um laboratório onde os estudantes constroem significados a partir da experiência acumulada. Os portefólios são as histórias dos estudantes, do que eles sabem, porque acham que têm esse conhecimento, e porque outros deverão ser da mesma opinião. Um portefólio é a opinião baseada em factos.
Para Silvério (2006), o portefólio dá a conhecer o seu autor, as aprendizagens realizadas e as competências desenvolvidas, proporcionando uma visão pormenorizada do seu desenvolvimento cognitivo, metacognitivo, afectivo e moral.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Apresentação

Olá!
Este blog enquadra-se nas actividades da Unidade Curricular de RELAÇÕES INTERPESSOAIS - Agentes, Intencionalidades e Contextos Educativos do 11.º Mestrado em Administração Educacional da Universidade Aberta.
Será dinamizado por mim, José Manuel Monteiro, ao longo do 2.º Semestre do curso. Pretendo que constitua um espaço de reflexão pessoal e de partilha, aberto aos comentários dos colegas e professores do MAGE.
José Manuel Monteiro