Relações inter-pessoais

Relações inter-pessoais

Novo Acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico está em vigor. No entanto, ainda tenho algumas dificuldades em cumprir todos os preceitos. A partir de 17 de Abril, vou tentar escrever de forma adequada às novas regras. Vou tentar!!

domingo, 10 de julho de 2011

Reflexão sobre o percurso de aprendizagem

A escola é uma instituição à qual são exigidas funções cada vez mais complexas. O período em que apenas tinha que ensinar, instruir faz parte do passado, embora haja vozes com opiniões distintas. A tarefa de educar é cada vez mais abrangente, mas, por outro lado, é uma função para a qual concorrem inúmeros meios. A família e a escola eram há algumas décadas atrás as principais responsáveis na educação das crianças e jovens. Hoje, o conhecimento está acessível através de variados canais. Os valores (haverá valores?!) são transmitidos de forma menos consistente pela família e a influência dos meios de comunicação social, das novas tecnologias acentua-se cada vez mais.
Na escola temos uma grande diversidade de alunos, oriundos de todos os tipos de agregado familiar, dos diversos estratos sociais, com ou sem necessidades educativas,… A massificação do ensino, considerada um sucesso dos tempos modernos, trouxe novos problemas e a escola tem-se adaptado de forma lenta aos novos contextos educativos. Essa adaptação não é fácil. Apesar das diferenças, os edifícios escolares, os recursos educativos, os programas são similares, não se notando orientações políticas que tenham em conta a evolução dos tempos e dos contextos. De igual forma, não é dada à escola (pelo menos no contexto português) real autonomia para resolver os seus problemas, para ultrapassar as suas dificuldades de uma forma criativa e contextualizada. Em vez de descentralização, vemos cada vez mais normatividade, mais controlo centralizado, menos autonomia.
Aos agentes educativos é exigido muito e dado pouco. Nos últimos tempos, os professores têm sido vistos com progressiva desconfiança, não lhes sendo reconhecido poder para intervir, nem capacidade para resolver os prementes problemas educativos que a sociedade moderna atribuiu à escola. Contudo, é necessário perceber os contextos educativos, compreender as relações interpessoais que se estabelecem no seio da organização escolar. Quanto melhor entendermos as intencionalidades dos diversos atores que co-habitam na escola, melhor será a performance de cada um. Neste sentido, a unidade curricular de Relações Interpessoais: Agentes, Intencionalidades e Contextos Educativos foi importante no meu percurso de aprendizagem. Sendo professor há mais de vinte anos, já trabalhei em contextos diversificados e exerci funções variadas. A experiência profissional é relevante na construção da identidade profissional. Todavia, problematizar as situações a partir de uma base mais teórica permite encarar novas perspetivas, adotando um novo olhar.
Sendo, como já referi, a escola frequentada por uma grande diversidade de atores educativos, compreender as relações interpessoais que se estabelecem assume uma primordial importância. Nesta unidade curricular, foi possível conceptualizar as relações interpessoais que se podem estabelecer. Os conceitos de afiliação, aceitação, reciprocidade, interdependência e rejeição, aplicados a situações concretas no dia a dia das escolas, constituíram um momento relevante neste percurso de aprendizagem. Com um olhar mais atento foi fácil refletir sobre situações que ocorrem no nosso contexto de trabalho.
Com esse olhar mais atento, aprendi a perceber melhores as intencionalidades dos diversos agentes educativos. O enquadramento teórico é sempre relevante para melhorar a nossa compreensão. Nesse sentido, o contributo dos fundamentos da Escola de Palo Alto e do Interaccionismo Simbólico foi valioso. Trata-se de duas perspetivas diferentes que estudam as intencionalidades dos agentes educativos. Ambas as correntes tentam ver para além do visível, tentam compreender os propósitos dos diversos agentes. De facto, nós, enquanto professores, devemos compreender a comunicação e a metacomunicação, bem como o simbolismo dos diversos comportamentos observáveis.
Essa compreensão ajudar-nos-á a tomar as decisões mais eficazes perante a imprevisibilidade de situações que se nos deparam. Como professores e como gestores somos obrigados a decidir, tendo em vista o bom funcionamento da escola. Se entendermos as intencionalidades de cada, enquadrada num contexto sócio-educativo e familiar particular, seremos compelidos a agir, no respeito por todos e cada um. Um dos problemas que eu vejo na escola é a dificuldade em criar igualdade de oportunidades a todos os alunos. De facto, a origem dos alunos é condicionadora de grande parte do seu sucesso educativo. As estratégias que são adotadas denotam vontade em promover a igualdade, em incrementar processos de resiliência. Contudo, as tutorias, os apoios diversos, por motivos variados nem sempre são eficazes.
Devemos valorizar o diálogo, tentar compreender o outro e, envolvendo parcerias, procurar equidade e justiça no ato educativo. Os professores são gestores de processos educativos, são líderes que procuram guiar os jovens através de um caminho, por vezes, cheio de obstáculos. Procura-se o desenvolvimento global e harmonioso dos jovens. Fomenta-se o respeito e a aceitação mútua, mas as situações de conflito intra e interpessoal surgem naturalmente. Para resolver essas situações, em primeiro lugar, devemos entender que o conflito é natural e que não tem apenas aspetos negativos, uma vez que a sua resolução de forma adequada favorece a estruturação da personalidade. Todavia, a indisciplina e a violência são uma realidade que é necessário combater, através de estratégias remediativas porque são situações inadmissíveis, e de forma preventiva por meio de uma cultura de convivência que deve ser criada na escola. Os valores da democracia, da cidadania ativa, da PAZ devem estar presentes no quotidiano da vida escolar. Julgo que é difícil ensinar valores. Estes têm que ser vividos e só assim são apreendidos pelos jovens. Os exemplos dos professores, o clima da escola, o respeito-mútuo, as práticas cooperativas são essenciais.
As temáticas desenvolvidas ao longo do semestre motivaram o meu empenho. Considero que as estratégias utilizadas nesta unidade foram adequadas. Assim, baseando-me nas leituras aconselhadas, tentei aprofundar os meus conhecimentos, recorrendo também a pesquisas bibliográficas (nem sempre foi fácil) e na Internet. Os fóruns constituíram meios de troca e partilha, contudo, a grande quantidade de intervenções dificultou leituras mais atentas. Este blog teve como objetivo sistematizar as aprendizagens efetuadas e, por norma, os post’s colocados assentes no enquadramento teórico proposto, apresentaram também uma reflexão pessoal.

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