Para Bryan, citado por Mendonça (2002), os dois conceitos centrais do interacionismo simbólico são “a definição da situação e o self social” (p.10). Segundo esta perspetiva, o self social é uma mistura de instintos biológicos e obrigações sociais internalizadas.
O self apresenta uma dialética entre o caráter público e privado do símbolo e é um processo composto entre o “Eu” e o “Mim”. Para Mendonça (2002, pp. 10, 11), o “Eu” é imprevisível, romântico, quixotesco e corresponde a desejos interiores. Por seu lado, o “Mim” “é a capacidade organizada, refletida na capacidade de alguém julgar de interpretar símbolos” (idem), contém “visões de si mesmos” e constitui fonte de reflexão. Meltzer, citado por Mendonça (2002), refere que todo ato começa no “Eu” e acaba no “Mim”. Refere, ainda, que o “Eu” dá propulsão enquanto o “Mim” dá direção; o “Eu” inicia os atos e o “Mim” provoca retroação; o “Eu” é espontâneo e o “Mim” é regulativo; o “Eu” tem potencial para atividades criativas e o “Mim” adequa-se a atividade por objetivos, para a conformidade (p. 11).
Segundo Mead, citado por Goulart e Bregunci (1990), o “Eu” representa a “parte comportamental do self e consiste na reação do organismo às atitudes dos outros” (p.53), enquanto o “Mim” é “a série de atitudes organizadas dos outros que cada um adota, como self que tem consciência” (idem). Na mesma linha, referem, ainda, que o homem precisa de introjetar o outro, para desenvolver o self. Assim, a socialização do homem vincula-o à sociedade e também o libera.
Mendonça, J. (2002). Interacionismo simbólico: uma sugestão metodológica para a pesquisa em administração. In REAd – Edição 26 Vol. 8 No. 2, mar-abr 2002
Disponível em: http://seer.ufrgs.br/read/article/view/15646, acedido em 2011-04-12
Goulart, I. e Bregunci, M. (1990). Interacionismo simbólico: uma perspetiva psicossociológica. In Aberto, Brasília, ano 9, n. 48, out./dez. 1990. Disponível em: http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/issue/view/56, acedido em 2011-04-14
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