Relações inter-pessoais

Relações inter-pessoais

Novo Acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico está em vigor. No entanto, ainda tenho algumas dificuldades em cumprir todos os preceitos. A partir de 17 de Abril, vou tentar escrever de forma adequada às novas regras. Vou tentar!!

sábado, 25 de junho de 2011

O agressor - bully

De acordo com a definição de Boulton e Smith (1994), “o provocador  ou agressor é aquele que frequentemente implica com os outros, ou que lhes bate, ou que os arrelia ou que lhes faz coisas desagradáveis sem uma boa razão” (Carvalhosa, Lima e Matos, 2001, p. 523). Segundo Pereira, Silva e Nunes (2009), os agressores apresentam perfis diversos: uns podem ser violentos outros manipuladores. As mesmas autoras defendem que o protótipo de agressor encorpado e forte fisicamente não corresponde totalmente à realidade, uma vez que os agressores podem ser pessoas atenciosas que manipulam os outros para alcançar os seus objectivos (e.g. roubar, extorquir). Para Beane (2006), “os bullies são crianças que precisam de sentir que têm poder, e que aprenderam que o bullying lhes satisfaz essa necessidade” (p. 13). De acordo com o mesmo autor, o que distingue os bullies “de uma criança que ocasionalmente  provoca alguém é o padrão repetido de intimidação física ou psicológica” (idem). “O insucesso escolar parece estar associado ao aumento percentual de crianças envolvidas em bullying, sejam agressoras ou vítimas” (Pereira, et al., 2004; Pereira, 2008), citados por Pereira, Silva e Nunes (2009, p. 459).
Relativamente ao sexo, como no caso das vítimas, também os agressores podem ser de ambos os sexos. “Os meninos vitimizam mais que as meninas e utilizam mais a agressão física, com confronto físico e verbal e comportamentos agressivos assumidos, sendo que as meninas quando agressoras, usam mais a agressão indirecta a exemplo de fofocas, excluir outras do grupo, espalhar rumores e histórias humilhantes” (Jankauskiene et al., 2008; Nansel et al., 2001; Olweus, 1993; Pereira, 2008) citados por Pereira, Silva e Nunes (2009, p. 458).
Pereira e Pinto (1999) destacam as seguintes características: têm a intenção de magoar; manifestam satisfação quando causam mal; não apresentam sentimento de culpa; são provocadores; muitas vezes provêm de um meio familiar violento; não têm empatia pelo outro. Pereira (2006) realça, ainda que “os comportamentos desviantes ou perturbações de conduta vão permanecer ou agravar-se ao longo dos anos” (p. 47). Griffin (1999) e Pereira et al. (1994) afirmam que os provocadores têm mais probabilidade de se «envolverem na delinquência e na violência» (Carvalhosa, Lima e Matos, 2001, p. 524).
Os bullies devem merecer a atenção da escola não só pelo mal que provocam nas vítimas, mas também pelos efeitos que este tipo de conduta terá no futuro destes jovens.

Referências Bibliográficas
Beane, A. (2006). A sala de aula sem Bullying. Porto Editora. Porto.
Carvalhosa, S. F., Lima, L. e Matos, M.G. (2001). Bullying – A provocação/vitimação entre pares no contexto escolar português. Disponível em www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v19n4/v19n4a04.pdf. Acedido em maio de 2011.
Pereira, B. e Pinto, A. (1999). Dinamizar a Escola para Prevenir a Violência Entre Pares. Sonhar, VI, 1 (Maio-Agosto), pp. 19-33
Pereira, B. (2006). Prevenção da violência em contexto escolar: Diagnóstico e programa de intervenção. In João Clemente Souza de Neto e Maria Letícia B. P. Nascimento. Infância: Violência, Instituições e Políticas Públicas. São Paulo, Expressão e Arte Editora, pp. 43-51
Pereira, B.; Silva, M. e Nunes, B. (2009). Descrever o Bullying na Escola: estudo de um agrupamento de escolas no interior de Portugal. In Revista Diálogo educação, Curitiba, v. 9, n.º 28, pp. 455-466, set/dez. 2009

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